Confira agora todos os detalhes desta inovadora iniciativa do futsal no Paulistrans:
Paulistrans
O torneio de futsal voltado para pessoas trans chega à sua terceira edição em 2025 com um número maior de equipes, passando de três para pelo menos oito times.
A competição vem ganhando força, expandindo-se para outros municípios do estado, fortalecendo tanto a representatividade quanto a organização. Apesar disso, ainda enfrenta desafios, especialmente na busca por apoio financeiro, seja público ou privado, como destaca um dos idealizadores.
Tiago Miguel, fundador do Pogonas e um dos criadores do Paulistrans, disse que a primeira edição foi organizada de forma bastante simples, por apenas quatro pessoas. Desde então, o projeto evoluiu significativamente, tanto na estrutura quanto no impacto social.
Tiago ressalta que o Paulistrans foi pensado para ser um espaço seguro e acolhedor. A preocupação da organização vai além das quadras: os participantes contam com alimentação completa e com uma equipe de acolhimento composta por psicólogos e voluntários.
A proposta de inclusão extrapola questões de gênero. Na edição de 2024, por exemplo, o evento contou com uma intérprete de Libras na cerimônia de abertura, demonstrando o compromisso em atender também pessoas com deficiência.
Tiago enfatiza que o objetivo do Paulistrans nunca foi criar uma divisão dentro do esporte, mas sim oferecer oportunidades para quem, muitas vezes, se viu excluído por conta da identidade de gênero ou orientação sexual.
Ele reforça que o torneio não resolve, sozinho, todas as questões, mas representa uma resposta concreta a uma realidade esportiva que ainda marginaliza pessoas trans, até mesmo em competições amadoras.
Edição 2025
Idealizado pelo time Pogonas, de Campinas, o campeonato terá sua edição de 2025 entre agosto e setembro, reunindo equipes de cidades como São Paulo, Osasco, São Roque e Guarulhos. O número de participantes ainda pode aumentar, já que as inscrições permanecem abertas até a próxima segunda-feira (30).
Para 2025, a organização apostou em um planejamento coletivo, adotando um formato de competição que prioriza o bem-estar dos atletas, além de fomentar a cultura trans. A edição deste ano terá duas sedes: a fase inicial acontecerá em São Paulo, enquanto as finais serão realizadas em Campinas.
O evento também passou a incorporar ações culturais, como oficinas, apresentações artísticas e atividades que promovem talentos trans, ampliando a visibilidade e o acesso à cultura.
Paulistrans a nível nacional?
A organização do Paulistrans já tem recebido manifestações de interesse de equipes do Paraná e do Distrito Federal. No entanto, por enquanto, a participação segue restrita a times do estado de São Paulo, justamente pela falta de estrutura para atender delegações de outros estados.
“Isso evidencia a necessidade de pensar em uma iniciativa de nível nacional. Mas, no momento, ainda não temos a estrutura necessária para viabilizar algo desse porte”, explica um dos fundadores da competição.