A decisão sobre o caso de injúria racial ocorrida no jogo de volta das semifinais da Liga Gaúcha de Futsal entre Atlântico e Guarany de Espumoso, foi decretada na quinta-feira, 05 de dezembro, e resultou em diversas críticas das partes envolvidas no processo. Confira agora tudo sobre a posição do clube do atlântico sobre o caso.
Decisão do Tribunal de Justiça Desportiva
O tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Sul declarou em sua lavratura que os três pontos que determinariam a classificação para a final do campeonato serão concedidos a ao Guarany de Espumoso, uma vez que a equipes do Atlântico optou em abandonar a partida em protesto pelo crime de injúria racial sofrida por seu goleiro, João Paulo.
Desse modo, a equipe do Atlântico está desclassificada da Liga Gaúcha de Futsal na edição de 2024, e ainda será obrigada a pagar uma multa no valor de R$100 pelo ato de abandono da partida, perdendo por desistência.
Declaração do Atlântico Futsal
Algumas horas depois de receber a lavratura do TJD-RS, a diretoria da equipe do Atlântico apresentou total insatisfação com a decisão, nas palavras divulgadas pelo clube nas redes sociais:
“O atlântico, clube com 109 anos de história e que sempre primou pelo respeito e valores morais e éticos, respeita tal decisão, porém não concorda com a mesma, uma vez que entende: ser esta uma falta de respeito ao goleiro João Paulo que sofreu o crime racial do jogo em Espumoso, aos atletas do nosso clube e aos demais que se sentiram ofendidos e se solidarizaram com a causa do racismo; pela reincidência de fatos de racismo no mesmo local do jogo, incluindo contra o atleta Kauê, do atlântico, em 2023, e pelo abrandamento da pena imposta
Reiteramos nosso apoio aos atletas do Galo e esperamos que crimes como este não se repitam, pois não faz parte do que entendemos como esporte, que serve como uma ferramenta importante de inserção social a todo ser humano.
A direção do Clube analisa as próximas providências a serem tomadas.”
Nas palavras do supervisor da equipe de futsal, Elton Dalla Vecchia:
“Nossa ideia é apresentar contraprovas. Durante o julgamento, o Guarany apresentou fatos inverídicos e não concordamos com isso. Por exemplo, foi o Atlântico quem chamou a Brigada Militar durante o jogo, não eles. Também, falaram que logo que o João Paulo apontou para o torcedor que teria proferido as ofensas, os seguranças já teriam ido até ele, mas isso é mentira. O homem ficou mais de 15 minutos no ginásio e ninguém foi até ele.
Repito outra vez, a nossa indignação não é esportiva, mas sim humana e social.”