O caso de racismo ocorrido nas semifinais do campeonato gaúcho, no jogo de volta entre Guarany de Espumoso e Atlântico, obteve seu desfecho no dia 5 de dezembro com o julgamento do TJD-RS. Saiba todos os detalhes desta decisão agora.
Relembrando o caso
No dia 30 de novembro, sábado, às 20h (Horário de Brasília) em Erechim, as equipes do Atlântico e Guarany de Espumoso se enfrentaram em um jogo de volta pelas semifinais da Liga Gaúcha de Futsal. Guarany contava com uma vantagem de 3 gols do jogo de ida, que garantia sua passagem para a final do campeonato, lutando apenas por um empate, enquanto o Atlântico teria que igualar o placar agregado.
Contrariando as estatísticas, o Atlântico igualou o placar, 4 x 1, e levou a decisão para a prorrogação. Nos minutos finais do tempo extra, empatados em 1 a 1, a partida foi interrompida após o goleiro do Atlântico, João Paulo, afirmar que teria sido chamado de “Macaco” por um torcedor presente no ginásio Módulo Esportivo de Espumoso.
Após relatar o acontecido, houve grande agitação das equipes de futsal, juízes, colaboradores da comissão técnica e demais presentes, até que a equipe de João Paulo resolveu se retirar de quadra, insistindo que fossem tomadas medidas, uma vez que foi relatado que não é a primeira vez que isso acontece com o Atlântico.
A partida foi encerrada sem resultado de qual seria a equipe classificada, e todo o acontecido foi relatado em súmula e encaminhada para o tribunal de justiça desportiva do Rio Grande do Sul, para tomar as medidas cabíveis.
Tribunal de justiça desportiva sobre o caso de injúria racial
O tribunal entrou em sessão na quinta-feira, dia 5 de dezembro, e decidiu que a partida que definiria por mérito o finalista da competição não iria ser retomada, atribuindo os três pontos a equipe do Guarany de Espumoso, classificando-o para a final do campeonato, que irá enfrentar a equipe do Yeesco na decisão final da LGF 2024, tendo sua data ainda a ser confirmada.
Eliminado da competição, o Atlântico foi multado em R$100 por abandonar a partida, enquanto o Guarany, terá que pagar uma multa de 10 mil reais e fará suas próximas duas partidas a portões fechados, incluindo a final do campeonato. Isso porque eram os donos da casa, e deixaram o suspeito de injúria racial sair do local, não oferecendo segurança aos seus convidados e colaboradores.
O torcedor foi localizado, e como primeira medida, está proibido de frequentar o ginásio do ocorrido por 720 dias (2 anos), deverá se apresentar à delegacia local para prestar depoimento, bem como serão ouvidas testemunhas e responderá pelo crime cometido, que se condenado, poderá pegar de 1 a 3 anos de prisão, mais multa.
